Sistemas embarcados – um olhar sobre o profissional

Análise do profissional de sistemas embarcados no Brasil

Em sistemas embarcados – um olhar sobre o profissional, analisaremos como se dá o primeiro contato com a eletrônica e a área, a oferta de conhecimento no mundo atual, o aprendizado, os desafios técnicos da profissão e uma visão dos desafios diários no Brasil.

A seguir, como este artigo será dividido:

1. O início

O profissional da área de engenharia eletrônica que está atualmente envolvido no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos, em grande parte, teve o primeiro contato com a eletrônica em cursos técnicos ou profissionalizantes os quais “abriram a porta” para uma nova realidade, esta por sua vez, contextualiza nossas vidas e rotinas diárias, pois a cada momento utilizamos a tecnologia para nos auxiliar em tarefas e isto desperta em todos os envolvidos, a possibilidade de explorar sobre o assunto.

A internet, dentre muitos aspectos, auxiliou na divulgação massiva de conteúdos nos mais variados assuntos e, dentre eles, materiais relacionados a eletrônica de maneira geral, isto proporcionou àqueles interessados a mergulhar de cabeça em tudo que fosse possível de se aprender, ou seja: funcionamento dos componentes eletrônicos, projetos de circuitos, manuseio de ferramentas de design de circuitos, desenho de placas eletrônicas, programação, manuseio de ferramentas de programação, microcontroladores e processadores, protocolos de comunicação, comunicação com e sem fio, plataformas em nuvem, sistemas operacionais, internet das coisas e muitos outros assuntos os quais seria impossível citar aqui. Esta imensa oferta de conhecimento aliado ao interesse crescente sobre as técnicas, segmentos e profissão, cria uma intensa relação entre a área e os interessados.

2. Multidisciplinaridade

Um aspecto importante a ser mencionado em relação a essa exposição paralela e multidisciplinar é o condicionamento horizontal do profissional, proporcionando uma visão expandida e com melhor compreensão em relação às tecnologias e competências da área de sistemas embarcados, por exemplo, e como elas se interagem para compor um sistema ou uma solução mais complexa. Um dos vários fatores que contribuem a essa demanda por vários assuntos é a crescente integração entre os sistemas, impulsionado pelo avanço exponencial dos hardwares, ou seja, microcontroladores funcionando a mais de 200 MHz, novos conceitos de hardwares como SoC (System on Chip) e SiPs (System in Package) os quais integram em um único encapsulamento: microcontroladores e/ou processadores, circuitos de rádio frequência, sensores, memórias Flash de alta capacidade de armazenamento, pilhas de protocolos de comunicação embutidos como o TCP/IP e MQTT, assim facilitando a comunicação com sistemas em nuvem os quais usam outras linguagens e tecnologias.

Ser um profissional de tecnologia, sistemas embarcados, engenheiro multidisciplinar pode até ser inspirador para se tornar o melhor dos melhores desenvolvedores de sistemas embarcados, porém uma vez compreendido que a tecnologia evolui a cada dia, praticamente, estabelece uma missão de manutenção e evolução do conhecimento e, por mais que o indivíduo ame isso, nem sempre estamos com a mesma disposição, mas a necessidade está sempre ali.

Essa exposição paralela não é uma via de regra ou uma exigência imposta pela lei dos engenheiros eletrônicos ou desenvolvedores de sistemas embarcados, pois em boa parte, o direcionamento é um interesse específico, seja em arquitetura de software para sistemas embarcados, firmware, segurança, projetos de circuitos, design de placa, isto traz uma especialização atrelada ao número de horas acumuladas e condiciona a oferecer esta mão-de-obra às empresas que demandam esse serviço técnico especializado.

5. No Brasil

No Brasil, existem muitas empresas de tecnologia nos mais variados segmentos, as quais necessitam de muitos profissionais na área de engenharia eletro-eletrônica. Todavia a maioria dessas empresas normalmente procuram por esses perfis multidisciplinares, pois não possuem divisões claras de departamento, por exemplo: departamento de layout de placa, de hardware, de firmware, de mecânica e de testes, pois o custo de manutenção por esses profissionais é alto, deste modo, elas preferem por economizar no número e escolher esse perfil o qual pode contribuir em mais de uma área. 

E quais seriam a consequência por demanda desse perfil: maior responsabilidade por atender maior escopo de atividades, mais experiência comparado a um perfil especialista, menor tempo em um desenvolvimento específico, exposição a integração do sistemas com outras tecnologias, menos espaço a profissionais especialistas em poucos assuntos e mais estresse 😉

6. Análise

O olhar sobre a profissão e o perfil do profissional de sistemas embarcados e, principalmente, sobre as companhias que demandam por profissionais com mais habilidades é um direito, uma exigência ou uma preferência por parte delas.

NÃO HÁ O CERTO OU O ERRADO em demandar por esse profissional que ataca em todas as frentes, pois ele tem a opção em negar a oferta e, acredito, que não cabe julgamento.

O que cabe aqui é uma análise ou reflexão: como as companhias irão atingir a qualidade num prazo e custos desejados dessa maneira e como podemos, nesse ambiente com este perfil, contribuir para ter um ambiente que possa convergir para um melhor aproveitamento, colaboração, menos falhas e cumprimento das metas?

O que você acha? 

Qual a sua opinião e visão sobre o perfil?

Qual a sua opinião em cumprir a missão em ambiente assim?

Um olhar baseado em 11 anos de experiência em desenvolvimento de sistemas embarcados e também na Pesquisa de Mercado Brasileiro de Desenvolvimento de Sistemas Embarcados e IoT 2019 feito pelo Embarcados, cujo Índice de Multiplicidade é 8.3.

Referências

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